segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Variação do Leg. Press e Agachamento

    Escamilla et al.,(2001) mostram a diferença na realização desses exercícios. Sendo estas, variações na posição dos pés e distancia dos mesmos.
    O objetivo era analisar, se estas variações de técnicas, exerciam influencia na ação muscular e tensão nos ligamentos(tração e compressão).
  1. Leg. Press.
  • Pés altos e baixos;
  • Pés afastados e próximos
  • Coxas rodadas externamente (30 graus) e alinhada (0 graus)   
      2. Agachamento
  • Pés afastados e próximos
  • Coxas rodadas externamente (30 graus) alinhada (0 graus)
     Os resultados mostram que, para o músculo do quadríceps, não houve diferença nas variações da técnica. Nem na distancia dos pés, e na posição dos mesmos no Leg. Press,  a ação do músculo será a mesma.
    Existiu uma maior ativação muscular, na fase concêntrica, isso porque vencer a aceleração gravitacional é maior.
    Pode se dizer que, existe uma maior ativação dos adutores, com os pés afastados por causa do controle da abdução, mas apenas na fase concêntrica. É importante saber que, esse músculo não atua só,  Ele se diferencia dele mesmo, ou seja, no trabalho positivo (concêntrico), a ativação do adutor longo é maior comparado com os pés próximos, entretanto não existindo diferença aos outros músculos.
      Já para o glúteo,  existiu diferença significativa na realização desse exercício, com uma rotação do quadril e a distancia dos pés, contudo apenas na fase concêntrica. Isso pode ocorrer, devido a mudança no comprimento do músculo com mudança de sua tensão.
     Existiu uma maior ativação dos ísquios-surais  no Leg. Press. quando se utiliza os pés mais elevados e afastados. Observou-se que, a diferença so aconteceu na fase concêntrica. Lembrando que, este músculo não atua mais que o quadríceps.
    Os autores sugerem a prescrição do agachamento do que o Leg. Press para o quádriceps e ísquios-surais, para um maior desenvolvimento muscular, e melhor fortalecimento.
     Realizar o agachamento com distancias grandes, elevará o aumento de compressão, em relação a distancias curtas. Ao prescrever este exercício, para indivíduos com leões articulares, como lesões de meniscos, é mais sensato o agachamento com os pés próximos. Entretanto, para lesões de ligamento cruzado anterior (LCA), não existe diferença entre as distancias, porém a amplitude correta é entre 180 a 120 graus, nos exercícios de cadeia cinemática fechada.
    Para extinções no ligamento longitudinal posterior, indica-se exercícios de cadeia fechada, porém se for prescrito em cadeia fechada, seria assim:
  • Preferir o Leg. Press. do que agachamento;
  • Se prescrever agachamento, sugere-se distância curta em vez de grande;
  • No Leg. Press. sugere-se distancias grandes e com pés elevados.
    McCaw e Melrose (1999) reforçam as ideias, ainda fazendo algumas ressalvas. Maior ação dos posteriores de coxa, realizados com os pés afastados, com percepção apenas na fase ascendente dos exercícios.
    No estudo de Pellizzaro et al. (2003), dependendo da amplitude do joelho no Leg. Press. as forças de compressão e cisalhamento mudam. Próximo a extensão máxima, a compressão diminui, entretanto próximo a flexão, isso se inverte. No cisalhamento, próximo a extensão, ocorre o deslocamento anterior, e próximo a flexão o deslocamento posterior.












                             

Verdades sobre o exercicio de agachamento

   
   Acreditasse que, o exercício de agachamento é um dos mais comentados, quando se quer prescrever algo para quadril e joelho. Escamilla et al. publicaram um artigo de revisão sobre  este exercício, sendo encontrado varias divergências nas suas conclusões. Amplitude de movimento, solicitação muscular, técnica de execução, tensão ligamentar, envolvimento da coluna, entre outros.
Sugere-se, que a amplitude dependerá de algumas complicações e limitações, podemos ter três possibilidades:

  1. Meio agachamento (180 a 90 graus)
  2. Agachamento paralelo (180 a 70 graus)
  3. Agachamento profundo (180 a 40 graus)
  Para a prescrição devido a determinadas limitações, como lesões em ligamentos, cápsulas, menisco, coluna, inatividade, especificidade, entre outras, poderá determinar a melhor forma de prescrever esse exercício.

  Existiu, ou ainda existe, por parte de alguns profissionais da área de saúde, a recomendação da execução desse exercício ate os 90 graus de joelho.
 Nenhum estudo razoável, e publicado em revista cientifica (não considerar a Strenght and Conditional como cientifica) chegou a afirmar que, amplitudes superiores a 90 graus de joelho, pode ser fato nocivo a esta ou  outra articulação envolvida.

   Escamilla, 2001 informa que a força do quádriceps no agachamento varia de 2000 a 8000N, assim a própria força de contração muscular é adicional a compressão tibiofemoral. Mesmo assim, auxiliam na estabilidade ântero-posterior, diminuindo as forças de cisalhamento.

  Butler et al. (1990) dizem que o ligamento cruzado anterior (LCA) fornece 86% da estabilidade anterior do joelho e o ligamento cruzado posteior (LCP), 95%, para o movimento posterior.

  McLaughlin et al. (1977 e 1978) comentaram que a execução do agachamento é melhor em competidores do que em destreinados, ocorrendo assim alterações cinemáticas, podendo gerar valores de forças diferenciados. Podendo ser esse motivo, de primeiro aprender o padrão cinemático (movimento), e depois amplificar as cargas. Por tanto, a má execução desse exercício, mesmo utilizado com baixas cargas, pode acarretar em lesões. Informam ainda que, na fase ascendente (contração concêntrica), o LCP tem mais tensão.

   Em outro estudo realizado por Draganich et al. (1990); Escamilla et al. (1997); Stuart et al. (1996); Wilk et al. (1996) mostraram que a tensão do LCA é minima para os padrões de lesão. Aune et al. (1995); Draganich et al. (1990); Durlselen et al. (1995); Li et al. (1999); More et al. (1993) falam que uma menor tensão do LCA pode ser em virtude da contração dos ísquios-surais, e que na posição de 120 graus, o quádriceps poderá influenciar nessa tensão.

   A patela também recebe observações, durante esse exercício. Existem três forças atuando nela.

  1. Força do tendão do quádriceps;
  2. Força do tendão patelar;
  3. Tensão de compressão patelo-femoral.
   É estimado que, o pico de ruptura do tendão patelar, seja entre 10.000 e 15.000N de força. Alguns estudos com o agachamento em amplitude (q=130 graus), mostrou que a força no tendão foi de 6000N, com carga de 250 kg. Mostrando praticamente a metade sugerida, para uma ruptura do tendão.

   Escamilla, (1997 e 1998), sugeriu distancias pequenas entre os pés minimizando assim as tensões patelares, e com a diminuição da amplitude, existe um aumento da tensão se tornando constante depois, recomendando que, para joelhos saudáveis, se realize o agachamento paralelo.

   McCaw & Melrose (1999) relatam que a ativação do quádriceps é maior na amplitude de 100 e 90 graus, e que o reto femoral tem menor tensão do que os vastos em quase 50% de diferença. Já os iquios-surais tem mais atividade entre 130 e 110 graus, principalmente o bíceps femoral, aumentando mais na fase ascendente.